Jorge Cadete, antigo jogador do Sporting, está obviamente apreensivo com o fraco início de época da equipa de futebol. Ainda assim, em declarações ao Relvado, defende que nada está perdido e pede o apoio dos adeptos.
"Não foi o começo de campeonato que os jogadores, dirigentes e adeptos queriam, isto depois de na pré-época a equipa ter demonstrado qualidade em alguns jogos, com alguns jogadores a mostrarem que foram excelentes reforços. No entanto, é preciso notar que chegaram 16 novos futebolistas e a adaptação por vezes não é fácil para quem vem de outros campeonatos e está habituado a outra alimentação, métodos de trabalho, clima, etc", realça.
Uma das lacunas apontadas a este Sporting é a falta de um "matador". Jorge Cadete aponta o dedo à pouca atenção que em Portugal se dá ao trabalho diário dos pontas de lança. "As grandes queixas dos treinadores no final dos jogos dizem respeito à fianalização, aos muitos golos que as suas equipas falham. O lugar de ponta de lança merecia um trabalho específico que infelizmente não se realiza no nosso país", defende.
Cadete não entende como é que em Portugal "todas as equipas têm treinadores de guarda-redes, não trabalhando os atacantes de forma específica".
Ao longo da sua carreira, diz que em Portugal só o fez no Sporting, "nos tempos de Bobby Robson". E recorda como era: "Eu, o Juskowiak e o Iordanov ficávamos muitas vezes a treinar a finalização, enquanto os outros jogadores faziam posse de bola".
No estrangeiro, garante que sempre fez "esse trabalho específico" por todos os clubes onde passou. E não esconde que gostaria de ser o responsável por essa área de treino no Sporting. "Ambiciono ser treinador principal, mas acho que poderia fazer um trabalho muito bom no Sporting nesta vertente. Gostaria de contribuir para o desenvolvimento dos pontas de lança que jogam em Portugal e ajudar a revelar outros que ainda não são conhecidos", frisa.
Árbitros prejudiciais
Cadete lembra que "muitas vezes não interessa como começa, mas sim como acaba", por isso pede aos adeptos "para conservarem o otimismo, apesar dos maus resultados". Isto porque, na sua opinião, "existe qualidade no plantel, sendo preciso dar tempo ao tempo".
O Sporting também se pode queixar de duas arbitragens pouco felizes nos jogos com Olhanense e com o Marítimo. O antigo avançado espera que tenha sido apenas coicidência. "O Sporting devia ter somado os três pontos com o Olhanense, se não fossem os erros da equipa de arbitragem. No caso até foram mais da responsabilidade dos árbitros assistentes do que do próprio árbitro... E com o Marítimo houve outra vez nítido prejuízo para o Sporting. Quero acreditar que se trata apenas de azar e que os árbitros também erram, tal como os jogadores e treinadores. Se não fosse apenas azar seria muito mau...", sublinha.
Falando do diferendo que opôs o Sporting à classe da arbitragem, o antigo avançado dos verde e brancos defende que "os árbitros deveriam admitir os seus erros e tentar melhorar as suas prestações, tal como fazem jogadores e treinadores, e não estar imbuídos de outro tipo de sentimentos".
Fonte: Relvado